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Ações / Arborização de Pinhalzinho - SC

Gama Participa do Plano de Arborização de Pinhalzinho

Nas cidades, as árvores desempenham um papel muito importante na melhoria da qualidade de vida da população e do meio ambiente. Entre os benefícios está o bem-estar psicológico, efeito estético, sombra para os pedestres e veículos, proteção contra o vento, diminuição da poluição sonora, redução do impacto da água de chuva, auxílio na diminuição da temperatura e preservação da fauna silvestre. O estudo relacionado à arborização urbana de Pinhalzinho foi iniciado através da Associação Amigos do Meio Ambiente (GAMA) em conjunto com os Arquitetos e Urbanistas, Emanuel Pressi e Guilherme Salvini. No decorrer dos estudos contou-se ainda com o apoio de Instituições de Ensino do município para levantamento parcial das espécies. Neste ano a administração municipal, juntamente com os envolvidos, alavancaram o projeto com apoio de uma equipe multidisciplinar, com desenvolvimento da proposta e aperfeiçoamento das etapas de trabalho. Os estudos seguem com encontros quinzenais para análise e avanço das propostas e atualmente conta com o apoio de equipe formada pelos arquitetos e urbanistas Aline P. Gonzatti, Emanuel Pressi, Guilherme Salvini, engenheiro civil Fábio L. Eckert, engenheira florestal Patrícia R. D. Wolschick, biólogo Robelei Pieper, vereadora Silvana M. B. Bugnotto e estagiárias do departamento de Arquitetura e Urbanismo do município Jamile Martini e Milena Knop. Com objetivo de criar um plano de arborização urbana para o município de Pinhalzinho, serão desenvolvidas duas propostas, uma delas englobando um projeto urbano de plantio para a Avenida Brasília, Avenida São Paulo, Avenida Porto Alegre e área central, e outra para a área remanescente, onde será disponibilizada uma ferramenta, através de uma página eletrônica e aplicativo para smartphone, para que os munícipes obtenham o resultado de duas espécies adequadas para o plantio na calçada, conforme as caraterísticas do local indicado, possibilitando a escolha de uma das espécies. Até então foram estruturadas as ideias para a execução do plano de arborização urbana. Atualmente, o município está providenciando a compra de GPS (Sistema de Posicionamento Global) para efetuar o levantamento in loco das árvores existentes e condicionantes que influenciam na arborização, posteriormente serão identificadas as espécies, e elaborado o plano para a área de intervenção central. Ainda, o município está viabilizando a execução das caixas de concreto para os canteiros, além da compra das mudas das espécies. Ressalta-se que muitas das mudas de espécies são encontradas nos viveiros com altura bem inferior a indicada para o plantio, portanto serão adquiridas pelo município em breve, para acompanhamento do desenvolvimento no Horto Municipal, até alçarem a altura recomendada. A expectativa desse grupo é de que a cidade de Pinhalzinho se torne uma referência no que se refere à diversidade de espécies nativas da região, respeitando o ecossistema natural. É imprescindível que a população contribua neste projeto, para que futuramente todos desfrutem dos benefícios deste trabalho conjunto. Conforme o biólogo de Pinhalzinho, Robelei Pieper, a arborização urbana é algo que tem que ser pensado de forma a contribuir com a restauração e a manutenção dos ecossistemas naturais. “Em nosso município temos a ocorrência simultânea de duas fitofisionomias florestais: A floresta Estacional Decidual e a Floresta Ombrófila Mista. A primeira é conhecida popularmente como Floresta do Alto Uruguai e se caracteriza pela deciduidade de suas folhas na estação desfavorável, uma das principais espécies que ocorre neste ecossistema é a Apuleia leiocarpa (grápia). O outro tipo é conhecido como floresta de araucária, devido à presença marcante da Araucaria angustifolia como espécie emergente, estando associada a ela diversas espécies de canela, entre outras. Segundo uma pesquisa desenvolvida recentemente pela FAPESP, O Brasil é o país que apresenta a maior diversidade de plantas do mundo. Porém, infelizmente, 80% da vegetação existente nas cidades são exóticas. Precisamos mudar urgentemente esse cenário, estimulando essa diversidade dentro das características de cada região do nosso país”, aponta. O biólogo diz ainda, que o nosso município, de um modo geral, vem reproduzindo na arborização urbana espécies que em sua grande maioria são de outros países. Destacam-se: a figueira-chilena (Ficus auriculata), canela-da-india (Cinnamomum zeylanicum), canforeira (Cinnamomum camphora), cinamomo (Melia azedarach), ligustro (Ligustrum lucidum), resedá (Lagerstroemia indica), jambolão (Syzygium cumini), muitas dessas são comprovadas cientificamente que são invasoras de ecossistemas naturais. Quando ocorrem nativas geralmente não são as de ocorrência regionais como o paú-ferro (Caesalpinia ferrea var. leiostachya), sibipiruna (Caesalpinia pluviosa), manteiga-de-amendoim (Bunchosia argentea), guapuruvu (Schizolobium parahyba), pau-cigarra (Senna multijuga), etc. “Nossa missão, será mudar essa realidade, transformando Pinhalzinho em uma cidade referência, no sentido de respeitar a vegetação que ocorre naturalmente nas florestas da região oeste catarinense. Cito algumas como: goiaba-serrana (Acca sellowiana), araticum-do-mato (Annona sylvatica), manacá-de-cheiro (Brunfelsia uniflora), guaviroba-miúda (Campomanesia rhombea), guaçatunga-branca (Casearia lasiophylla), casca-de-anta (Drimys brasiliensis), carobinha (Jacaranda puberula), canela-sassafrás (Ocotea odorifera), canela-imbuia (Ocotea porosa), café-de-bugre (Cordia ecalyculata), entre várias outras. Por fim, a falta de direcionamento técnico e sensibilização/conscientização ecológica na exploração de nossos recursos florestais têm acarretado prejuízos irreparáveis. Espécies de grande valor, como por exemplo, a Ocotea odorífera (canela-sassafrás), estão em vias de se extinguirem, assim como representantes da fauna que dependem dessas espécies, estão também condenados. Há milhares de anos interagindo com o ambiente, a flora nativa passou por um rigoroso processo de seleção natural que gerou espécies adaptadas ao nosso meio. As espécies exóticas não sofreram tal processo, e além de prejudicarem a regeneração das florestas nativas”, destaca o biólogo.